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quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Ensaio sexual com o fotógrafo-Conto erotico

 Artistas e homens sensíveis sem exagero, que conseguem perceber a importância das cores e da iluminação que muda a paisagem, sempre despertam o meu interesse. Fico imaginando que essa capacidade de observação deve funcionar como um bom termômetro no sexo. Um homem que sabe captar as diferentes nuances da luz natural certamente estará atento aos ângulos menos prováveis do meu corpo e à sutilidade das minhas reações mais mínimas. Foram essas ideias que me fizeram ficar obcecada por um publicitário metido à fotógrafo com quem trabalhei. Cada vez que nos encontrávamos nas salas e nos corredores, a temperatura à nossa volta parecia subir. Ou era o meu calor que contaminava o ambiente. Eu queria desesperadamente ser tocada por aqueles olhos.
    Viajamos algumas vezes a trabalho e até dividimos as mesmas tequilas, mas havia sempre outras pessoas da equipe por perto, interferindo no nosso magnetismo. Não falávamos nada diretamente sobre essa atração que nos consumia, porém nem era preciso. Os olhares silenciosos que trocávamos contavam longas histórias. Ele era um pouco mais velho do que eu, na faixa dos 40, e tinha cabelos grisalhos que me deixavam ainda mais excitada. Quarentões grisalhos também mexem com meu imaginário. Associo esse perfil à experiência. Um homem nessa idade, geralmente, sabe o que faz e ainda tem o vigor necessário para muita diversão. Ele reunia vários estereótipos que me seduziam.
    Evitávamos ficar muito próximos no trabalho para não chamar atenção. Mas quando saíamos para o happy hour nos divertíamos com nossa linguagem secreta de gestos e olhares. Acreditávamos que ninguém percebia ou entendia nossa comunicação. Em um desses encontros, na hora de ir embora, arrastei-o até o meu carro com a desculpa de lhe entregar alguma coisa. Obviamente ele percebeu a farsa, mas entrou no jogo. Chegando no estacionamento, nos agarramos pela primeira vez feito loucos, beijando todo pedaço de pele que conseguíamos alcançar. O beijo dele era quente, doce, envolvente. Ele me encostou no carro e escondeu meu corpo com o seu. Eu estava de vestido e ele aproveitou para afastar minha calcinha e enfiar seu dedo de uma só vez em mim. Nesse momento, minhas pernas fraquejaram. Com a mesma rapidez, ele puxou seu dedo e o levou à boca, chupando ruidosamente e me encarando fixamente. Ele tinha um olhar de total controle, que me assustou um pouco. Sussurrando como uma donzela indefesa, disse que o queria, que precisava dele. Mas ele me afastou e falou que precisávamos sair do estacionamento porque logo os outros colegas também viriam buscar seus carros. Ele era casado, eu tinha namorado e, para piorar, trabalhávamos na mesma empresa, ou seja, o pacote completo para um affaircomplicado.
    Decepcionada e ainda mais curiosa, voltei para casa, pensando em uma forma de ter pelo menos algumas horas com ele. Não queria me tornar sua amante, não estava apaixonada por ele e não podia de modo algum prejudicar nosso relacionamento profissional. Entretanto não suportava a ideia de nunca conhecer aquele corpo, nunca ser tocada por ele. Uma tarde bastaria. Era tudo o que eu precisava para sair daquele estado de ansiedade, para voltar a ser eu mesma, para me concentrar novamente nas minhas tarefas, na minha vida.
    Decidi lhe fazer uma proposta bastante óbvia, porém com o disfarce necessário para nos entregarmos ao prazer indiretamente. Pedi que ele me fotografasse para um ensaio sensual, que eu daria de presente ao meu namorado. Disse que só confiava nele para fazer essas fotos. Expliquei que estava idealizando um trabalho mais ousado, diferente desses pacotes para noivas. Eu queria um ensaio quase pornô, para deixar meu namorado louco de tesão. Também fazia questão de um clima extremamente sexy e focado em detalhes, não queria fotos posadas de revistas, minha intenção era que o ensaio realmente revelasse meus momentos mais íntimos sozinha, cenas que meu namorado jamais havia visto. Minha ideia era retratar da forma mais natural possível meus momentos solitários de prazer, para que o meu namorado tivesse a sensação de espiar pelo buraco da fechadura e penetrar em um território que até então era só meu. E apenas para ele eu seria capaz de me revelar dessa forma.
    A proposta foi convincente e ele aceitou. Arranjamos uma reunião com um cliente para a próxima semana para encobrir nossa escapada. Resolvemos o assunto em meia hora, garantimos o nosso álibi e corremos para o meu apartamento. Chegando lá, ele pediu para eu separar as lingeries que usaria durante o ensaio enquanto preparava seu equipamento. Como queria estar com o cabelo molhado nas fotos, aproveitei para tomar um banho. Deixei a porta do banheiro apenas encostada, na esperança que ele me surpreendesse no melhor estilo Hitchcock. Mas ele continuou na sala entretido com suas lentes. Resolvi então vestir um baby doll preto, levemente transparente, com uma calcinha de renda.
    Entrei na sala e ele me olhou por longos segundos sem dizer nada. Interrompeu o silêncio, pedindo que eu ficasse perto da sacada para aproveitar a luz natural. Ele estava levando o ensaio bem a sério. Talvez não me desejasse tanto quanto eu imaginava. Fui buscar um vinho para tentar me soltar um pouco mais. Gosto de ser olhada, mas não gosto de ser fotografada. Não sei congelar minhas expressões, não sei para onde devo olhar nem o que fazer com meus lábios. Ele percebeu meu desconforto e começou a me fazer elogios. Disse que eu estava linda, que dava vontade de tocar a minha pele.
    Ele me guiava como um fotógrafo experiente, sensível e ao mesmo tempo autoritário. Ele começava quase todas as frases com “quero que você”. E eu obedecia. Eu queria tudo o que ele quisesse. Ele pediu para que eu tocasse meus seios inicialmente com delicadeza, depois com a agressividade do desejo descontrolado. Eu fazia tudo imaginando que eram as mãos dele que percorriam o meu corpo. O ar estava fresco e minha pele arrepiada. Eu fechava os olhos para completar minha fantasia, mas ele não deixava. Ele mandava até na direção do meu olhar.
    Ele ordenou que eu ficasse de quatro e fosse engatinhando de frente para perto dele. Ele queria fotografar meus seios submetidos à força máxima da gravidade. De joelhos, ele disparava um click atrás do outro. Quando cheguei perto, ele mandou que eu parasse. Estava a centímetros de distância da calça jeans dele. Percebi que o pau dele estava duro e posicionado na diagonal, fazendo volume na região da coxa. Faltava pouco para eu alcançá-lo e provar seu gosto na minha boca pela primeira vez. Levantei minha mão direita para tocá-lo, mas ele se afastou. Me mandou mudar de posição. O jogo já estava se tornando torturante e perdendo a graça.
    Disse que estava muito excitada, que minha calcinha estava completamente molhada. Ele perguntou o que eu costumava fazer sozinha em casa quando me sentia assim. Respondi que não estava sozinha. Ele me lembrou que a ideia do ensaio foi minha. Disse que geralmente me masturbava no quarto com meu vibrador. Ele falou que gostaria de me assistir e me fotografar desse jeito. A vontade dele de me assistir me deixou ainda mais excitada. Os sentimentos de vergonha e exibicionismo se misturavam. Ao mesmo tempo em que ficava tímida de fazer certos movimentos, que não sei como pareceriam aos olhos dele, vibrava com a possibilidade de me abrir e me mostrar inteira para ele. Vista de fora, a masturbação talvez seja um ato muito violento. Quando estou só, não me preocupo em conter a agitação das minhas pernas ou o chacoalhar da minha cabeça.
    Tentei começar de maneira bem lenta e suave. Deitada na cama, tirei delicadamente minha calcinha e posicionei o vibrador rosa no meu clitóris. Aos poucos fui relaxando e ficando ainda mais ensopada. Tirei também a parte de cima do baby doll para poder apertar meus seios com a outra mão. Fui me entregando ao prazer, mas os disparos da máquina não me deixavam esquecer que ele estava ali, na posição de espectador. Passei a gemer cada vez mais alto e a dizer com todas as letras que eu o queria naquele instante. Ele não respondia nada, apenas clicava. O tesão aumentou com a raiva. O clima sensual tinha se tornado pesado, insuportável. Aquele cenário me excitava e me enlouquecia. Por que ele não me possuía? Onde estava a sensibilidade dele? Parecia mais um homem frio, controlado e calculista. Será que ele era apenas um voyeur pervertido? Que fosse então para o inferno. Eu gozaria sozinha. Meu prazer não estava condicionado a um único homem.
    Larguei o vibrador, fechei os olhos e passei a esfregar meu clitóris desesperadamente com minha mão, sem ligar para a beleza dos movimentos, eu só queria gozar com força. Minha respiração ficou ofegante e minhas pernas já estavam enrijecendo em um sinal de que o orgasmo não demoraria. Subitamente, senti sua boca quente nos meus pequenos lábios. Ele me chupava com a destreza de um mestre. Deslizava a língua por todos os meus sulcos, colocava a pressão exata no meu clitóris e envolvia toda minha buceta como se estivesse me dando um apaixonado beijo de língua. Eu gemia, gritava, me contorcia. Toda aquela espera, aquela ansiedade haviam se convertido em ondas gigantes de prazer e excitação. Era como se um tsunami se apossasse da minha cabeça e de todo os nervos do meu corpo. Eu estava completamente entregue à boca daquele homem. Eu prometeria o mundo para que ele não parasse naquele momento. Em um ritmo contínuo e cadenciado, ele me chupava, me lambia, me engolia. Enfiava a língua inteira dentro de mim e em segundos já sugava o meu clitóris. A alternância repetitiva desses movimentos me conduzia para o orgasmo e me puxava de volta, um ir e vir angustiante de prazer. Ele sabia o que estava fazendo, nada era aleatório. De repente, ele parou de me chupar, olhou para mim e disse: “agora você pode gozar”.
    Minha vontade era de chutar a cara dele, a insolência dele me irritava. Ele sabia que estava me dominando. E que no fundo eu era uma mulher que precisava ser dominada. Ele afundou novamente a cara na minha buceta e sugou meu clitóris ininterruptamente até eu gozar, deixando escorrer lágrimas pelo rosto, de tanta excitação, prazer e êxtase. Foi um orgasmo longo, profundo, que me deixou inerte na cama. O mundo poderia acabar naquele minuto. Eu poderia perder meu emprego, nada mais tinha a menor importância. Naquele momento suspenso no tempo e no espaço, eu era apenas um corpo inundado de prazer.
    Abri os olhos e o vi em pé, na beira da cama. Ele estava nu e pela primeira vez pude admirar o seu corpo de quarentão em forma. Ele tinha alguns pêlos no peito, as coxas eram torneadas e os braços fortes. A pele do pau dele também era clara como o resto do corpo. O pau dele era grosso, parecia pesado. E a pele parecia fina demais para suportar a espessura do pau. Ele me disse que não existe nada mais belo do que ver uma mulher gozar, que esse era o seu combustível. Também pediu para que eu não ficasse com raiva dele. “Só não tenho tanta pressa quanto você”, justificou. Agora era minha vez de ficar calada. Já não estava mais ansiosa nem desesperada.
    Ele me colocou de bruços e ficou em pé na ponta da cama. Meteu em mim de uma só vez, o que me fez gritar com o susto. Eu estava tão encharcada que o pau dele entrou e foi até o fundo. A espessura do pau dele me provocava uma sensação gostosa de preenchimento. As paredes da minha buceta estavam sendo acariciadas. Ele me penetrava com força, com estocadas ritmadas, com pausas que me davam frio na barriga, nunca sabia ao certo quando ele enfiaria com tudo novamente. Se já não tivesse gozado, não sei se meu corpo conseguiria acomodá-lo da mesma forma. Ele me possuía deliciosamente, apertava meus quadris e me penetrava como se fosse meu dono, como se já conhecesse cada parte do meu corpo, cada balanço do meu rabo.
    Não queria que ele gozasse antes de eu também provar o seu gosto, a textura da sua pele na minha língua. Pedi para senti-lo na minha boca. Ele tirou a camisinha e eu me ajoelhei para chupá-lo em frente ao espelho. Que pena que o sabor do látex ainda estava presente. Eu queria me deliciar apenas com seus cheiros e fluidos. O pau dele era tão grosso que me dava cãibras nas bochechas. Mas eu sublimava a dor e quase engasgava com seu membro invadindo minha boca pequena e delicada. Ele me olhava pelo espelho, como se estivesse assistindo a um filme pornô. A pele que envolvia o seu sexo era mesmo tão fina que parecia que iria se romper a cada vez que o seu pau ficava mais duro. Eu podia sentir suas veias inchadas com a ponta da minha língua. Eu ficaria de joelhos chupando-o até ele gozar, mas ele me encostou no espelho de costas e voltou a me comer.
    Ele me colocou um pouco na diagonal, para que eu também assistisse à cena. Dava para ver as bolas dele batendo com brutalidade em mim. Eu empinei minha bunda o máximo que pude e abri minhas pernas o quanto aguentei, para poder senti-lo inteiro dentro de mim. Ele puxava levemente meus cabelos para trás e dominava todo o arco do meu corpo. Eu estava literalmente em suas mãos.
    Quando estava perto de outro orgasmo, ele me jogou na cama. Quis me chupar de novo. Disse que gostava de me sentir assim tão molhada em sua boca. Ele se lambuzava nos meus fluidos. Não queria gozar de novo sozinha. Pedi para ele meter em mim, para gozar junto comigo. Ele me penetrou em um ritmo alucinado. O sexo tinha se tornado animalesco, selvagem. Éramos dois bichos saciando o desejo um do outro. Gozei primeiro e ele veio depois, emitindo grunhidos graves e secos.
    Depois do sexo, ele ficou acariciando e massageando minhas costas carinhosamente. Os dois bichos já não estavam mais naquele quarto. A luz natural já tinha acabado e ele precisava ir embora. Não desejei que ele ficasse. Nos despedimos com um beijo singelo e ele disse que me mandaria as fotos depois.
    O ensaio ficou lindo. Meu namorado adorou o trabalho da fotógrafa. Ele ficou impressionado com o realismo das fotos e ficou excitado em ver meus momentos solitários de prazer. Perguntou se havia rolado algum clima com a fotógrafa. Eu respondi que sim. Ele deu um sorrisinho safado, gostou de imaginar nós duas. Uma mentira só funciona se for uma quase verdade. Apenas troquei um “o” por um “a”. Aqueles momentos inesquecíveis de prazer ficaram eternizados no espelho do meu quarto e no álbum que não sei aonde foi parar depois que o namoro acabou. De qualquer forma, o melhor ensaio nunca saiu das lentes da memória. Porque o fotógrafo quase nunca aparece. Somente de relance, quase sem querer, no reflexo do espelho. 

2 comentários:

Janaína Pupo disse...

Aff, assim não deixo o bofe dormir hhahahahaha.
Beijos!

Conde Vlad disse...

HUAHUAHUAHUHA Por um instante eu pensei que isso tudo era um conto erótico idealizado por você Aldrey.

O conto é maravilhoso, cheio de reviravoltas nos humores dos personagens. A história em sí é simples, mais bem construída, até a narração do sexo em sí feitos com muito realísmo.

Adorei o texto. Espero um dia chegar nesse nível com as minhas fotonovelas eróticas. rsrs...

Beijão do Conde.